Vai pra Costa Rica!

Pintou clima

Duríssima. Não tem palavra melhor para definir como será minha semana em Córdoba.

Eu estava animado porque havia previsão de neve pro fim de semana, mas... caiu.
A previsão, no caso. O tempo secou e a temperatura despencou ainda mais.

Dizem que, para nevar, não pode estar tão gelado. Nem neve curte muito frio.

Frio sem neve tem tanta graça quanto doce de leite com estévia ou camembert sem fungo.

Frio é bacana — mas vamos combinar que sentir frio é horrível.
Gosto do frio sabendo que, logo ali, tem o quentinho de uma cafeteria ou da calefação de casa.

É bom também saber que, daqui a alguns meses, vem a primavera, depois o verão, o outono, e assim por diante. Uma só estação seria entediante.

O Rio de Janeiro é assim — uma estação só. Só não é entediante porque, bom… o Rio é o Rio, né?

Morei alguns anos na Patagônia. Lá se fala muito sobre o clima. Vai chover? Vai esfriar? Vai nevar? Vai congelar? É isso o tempo todo. O sentido da vida do patagônico (e do argentino, no geral) é falar do tempo. Por quê? Porque o tempo aqui é complicado. Então se fala disso sempre. O ser humano gosta mesmo é de falar de problema. Solução jamais é tema de conversa. Como se falar resolvesse, igual deitado num divã.

No Brasil também se fala muito do tempo — mas o tema é o oposto: o calor. O calor tem essa desvantagem. Não tem solução. Nem se desse para ficar pelado na rua, resolveria. No frio dá para se encher de roupas e sofrer um pouco menos.

Tenho um amigo costa-riquenho que morou um tempo em Buenos Aires e disse que essa obsessão de falar do tempo o tempo todo (sim, eu sei, repetição) chamava muito a atenção dele. Contou que, lá na Costa Rica, ninguém liga pro clima. Moça e moço do tempo? Nem têm mercado de trabalho por lá. Nunca se fala sobre temperatura. Por quê? Porque o clima é perfeito o ano inteiro. Sempre entre 20 e 25 graus.
Por isso a Costa Rica vive no topo do ranking de felicidade.

Minha proposta é simples: bora todo mundo morar na Costa Rica.

Centro de San José, a capital.

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